Como o povo já não acredita que depois das políticas austeritárias melhores dias virão, os líderes internacionais perceberam que seria necessário desvincularem-se da política prosseguida para manterem a sua credibilidade.
As declarações mais surpreendentes foram de Christine Lagarde, dizendo que o FMI se tinha enganado na estimativa de um coeficiente central nos seus modelos:
- Enquanto que nos modelos de projecção usados, se estimava que, por cada euro de cortes de despesa pública ou de agravamento de impostos se perdia 0,5 euros no PIB, a realidade mostrava que esse impacto (os chamados multiplicadores) é muito maior. Afinal, desde que começou a Grande Recessão, em 2008, o que os dados económicos mostram é que por cada euro de austeridade, o PIB está a perder um valor que se situa no intervalo entre 0,9 e 1,7 euros.
PÚBLICO, 09.10.2012
Abebe Selassie foi o primeiro a desvincular-se das medidas “além da Troika”, classificando a TSU como uma forma "criativa" do Governo resolver o problema do défice e da competitividade.
O oportunista Durão Barroso, que tem sido o nosso maior carrasco na exigência da austeridade, já empurrou a responsabilidade da política prosseguida para os Governos nacionais, dizendo que a Comissão Europeia só faz sugestões, que estes aceitam ou não.
Só falta mesmo o funcionário internacional Vitor Gaspar vir pedir desculpa pela violência orçamental a que tem submetido o país. Talvez não tome essa iniciativa, porque isso significaria abdicar da sua margem de lucro na venda do país a retalho, e uma traição aos amigos Borges e Cª. A emergência económica tem sido invocada para vender em saldo grandes empresas públicas, mas as pessoas já estão alertadas para os ganhos realizados nestas operações pelos intermediários.
O povo já deixou de ser um agente passivo da austeridade, e este Governo só ainda não caiu porque afinal a única oposição que tem é a do PSD.
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