As manifestações são apenas ruído gerado pelo problema de fundo: a avaliação dos professores. Em termos teóricos são concebíveis dois modelos: a) avaliação interna; b) avaliação externa.
O regime proposto assemelha-se a uma avaliação interna, visto que cada professor será avaliado pelos seus pares. Evidentemente que neste caso a proximidade entre o avaliador e o avaliado pode ser grande. Geralmente este aspecto é apontado como inconveniente porque se crê na avaliação “objectiva” e “imparcial” que exige que o avaliador esteja a milhas do avaliado… Preferencialmente, seria como nos exames, o anonimato asseguraria a independência! Pensamos assim porque estamos viciados neste padrão de pensamento.
A alternativa a este modelo é o ME designar um júri externo – imaginemos professores universitários – que cai de pára-quedas um dia na escola para avaliar os professores, faz o seu trabalho e desaparece. Por nos desconhecerem é que seriam “objectivos” e “independentes”? Creio que não. O seu poder seria certamente mais arbitrário porque não responderiam perante ninguém.
No modelo proposto ainda tenho algum controlo sobre os avaliadores, porque os conheço, e eles não podem tomar decisões arbitrárias porque vão continuar nas escolas, precisam de manter a sua consciência tranquila e quererão usufruir do reconhecimento da comunidade escolar, o que apenas conseguirão com decisões justas.
Foram cometidos muitos atropelos, e estão a ser impostas muitas coisas que não fazem sentido, mas convém que na base do modelo de avaliação dos professores continuem os seus pares, contrariamente a muita opinião publicada.
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