Ontem, dia 11 de Dezembro de 2025 (sim, ontem!), senti-me o cidadão exemplar que abraça a transição energética. Preenchi a minha candidatura para o programa E-Lar, sonhando com um termoacumulador novinho. As regras, cristalinas como água da nascente, prometiam-me um voucher do Fundo Ambiental – essencialmente, o Estado dizia: "É para o ambiente! Oferecemos o equipamento, o esforço é seu para o instalar e trazer." Um fundo perdido glorioso, ou como eu gosto de chamar, um abraço caloroso da burocracia.
Mergulhei na cama a sentir-me um vencedor...
E hoje? Ah, hoje! Acordei com a notícia mais deliciosa: a Portaria n.º 442-A/2025/1. E no seu artigo 12º, aquela frase que faz o coração de qualquer candidato palpitar: "O crédito é concedido sob a forma de empréstimo reembolsável (…)"
Resumindo:
11 de Dezembro (Ontem): O Estado DÁ (Fundo Perdido). Candidatei-me.
12 de Dezembro (Hoje): O Estado EMPRESTA (Empréstimo Reembolsável, via bancos). Desisti.
Numa viragem que faria inveja a qualquer novela, o dinheiro que era garantido tornou-se dinheiro emprestado. É como ir a um concurso onde lhe prometem um carro, e no dia seguinte dão-lhe um folheto para um stand de automóveis com a opção de crédito!
Parabéns a todos os contemplados de ontem! E ao Governo... bom, resta-me dizer-lhes: metam os 500€ no olho do cu! 🥳

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