Diário de Notícias
É pena que a Igreja não tenha aproveitado o momento de reflexão para actualizar a sua posição relativamente ao aborto, pois certamente já não viverá neste Mundo nenhuma fiel que exclua o recurso a quaisquer meios contraceptivos, como a Igreja insiste em enfatizar:
- Quanto aos «meios» para actuar a procriação responsável, há que se excluir como moralmente ilícitos tanto a esterilização como o aborto. Este último, em particular, é um abominável delito e constitui sempre uma desordem moral particularmente grave; longe de ser um direito, é antes um triste fenómeno que contribui gravemente para a difusão de uma mentalidade contra a vida, ameaçando perigosamente uma convivência social justa e democrática.
É igualmente de excluir o recurso aos meios contraceptivos nas suas diversas formas: tal rejeição tem o seu fundamento numa concepção correcta e integral da pessoa e da sexualidade humana e tem o valor de uma instância moral em defesa da verdadeira humanização dos povos. As mesmas razões de ordem antropológica justificam, pelo contrário, como lícito o recurso à abstinência periódica nos períodos de fertilidade feminina. Rejeitar a contracepção e recorrer aos métodos naturais de regulação da fertilidade significa modelar as relações interpessoais entre os cônjuges com base no respeito recíproco e no total acolhimento, com reflexos positivos também para a realização de uma ordem social mais humana.
COMPÊNDIO DA DOUTRINA SOCIAL DA IGREJA
Com esta insistência, a Igreja demonstra não acreditar na sua capacidade evangelizadora para conseguir o número suficiente de crentes, precisando desesperadamente que os seus fiéis caiam na ratoeira do sexo para se multiplicarem.
A Igreja criou um Universo de prescrições à parte do Mundo. Não pode permitir a utilização de preservativos, úteis para evitar a transmissão de doenças, porque condena imediatamente o indivíduo à luxúria, o pecado capital (principal), que para a Igreja se transforma em ira quando insatisfeita, e sendo o grande Demónio conduz o Homem a todo o mal: prostituição, sodomia, pornografia, incesto, masturbação, pedofilia, avareza, gula, preguiça, etc.
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