- Aconteceu ontem, na Margem Sul, este encontro informal de professores e bloguistas que se revelam independentes de qualquer afiliação partidária e de qualquer sindicato, enquanto mentores deste movimento. A uni-los uma vontade comum: dar voz formal aos seus desencantos quanto aos atropelos cometidos no processo conhecido como Avaliação de Desempenho na carreira docente (AD) e apresentar medidas alternativas viáveis e conducentes a uma dignificação da carreira e a um verdadeiro sucesso educativo para os alunos.
Segundo o manifesto distribuído na sessão, os professores estão a atravessar o momento mais negro da sua vida profissional desde o 25 de Abril... A um sentimento de enorme frustração soma-se hoje a insegurança quanto ao futuro profissional, uma insegurança decorrente de todos os mecanismos de fragilização da carreira e de instabilidade de emprego que o governo actual tem vindo a introduzir.
O clima começa a ser favorável a opiniões como as que se debateram: os órgãos de comunicação social parecem estar a acordar para os problemas que a classe tem vindo a enfrentar. E, na verdade, os problemas e as ilegalidades constantes em todo este processo são tantos, que urge chamar a atenção da opinião pública, já que é uma escola pública que defendemos. Não podemos aceitar o regresso ao velho far-west, em que a lei que prevalecia era a lei da bala, balas essas sob a forma de mails, e de despachos, e de normativos que se sobrepõem aos Decretos-Lei, que os contradizem (muitas vezes) e que os violam (outras tantas).
http://talvezpeninsula.blogspot.com/2008/01/para-um-movimento-civico-independente.html
Tomando como referência João Barroso, perante a mudança os professores têm três atitudes possíveis:
- Uns (1) constroem muralhas porque vêem nesses ventos uma ameaça à sua situação; (2) outros constroem moinhos porque vêem nas mudanças o vento que alimenta as pás do moinho e que permite fabricar qualquer coisa; e há sempre aqueles que se limitam a (3) esconder a cabeça na areia. Ora eu acho que nos tempos de hoje os professores têm de fazer as três coisas ao mesmo tempo. JOÃO BARROSO
Talvez estes professores/blogueres estejam em circunstâncias para dignificar o estatuto social dos professores, que entretanto passaram a ser mesquinhos funcionários públicos, cumpridores zelosos das letrinhas publicadas no Diário da República, e agora nos sites da Internet! Evidentemente que a sua afirmação, a sua dignificação enquanto professores passa hoje por demonstrarem que a utilidade da blogoesfera e da web não se limita a um instrumento de mobilização num momento difícil das suas carreiras profissionais, mas deveriam fazer parte integrante do seu quotidiano escolar. Gostaria que mostrassem isso. Se fosse tão fácil como assinar uma petição ;) Eu já subscrevi o APELO PARA UMA DISCUSSÃO PÚBLICA ALARGADA DO MODELO DE GESTÃO DAS ESCOLAS PÚBLICAS.
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