É como aqueles alunos que são tão bons, que não precisam de prestar provas ;) Neste caso admite hipocritamente, sem tibieza alguma, que os portugueses serão tão europeístas que nem vale a pena referendar o Tratado! Esta posição pública convive na sua mente com a sua convicção pessoal de que um referendo a um Tratado europeu poderia reflectir o desconforto do povo português perante as suas políticas governamentais de encerramento do país em nome do controlo da inflação e do défice orçamental. Portanto os riscos do não ganhar seriam mesmo sérios!
Então dá a volta ao texto, invocando a ética da responsabilidade.
- A opção parlamentar sustenta-se na "ética da responsabilidade".
Em defesa da opção agora anunciada pelo Governo, o primeiro-ministro lembrou ainda a este propósito o alerta recente do Presidente da República quando há poucos dias advogou que o Tratado de Lisboa "tem ainda um caminho a percorrer", caminho esse, acrescentou ainda Cavaco Silva, "que não está isento de riscos", pelo que fazer um referendo aqui em Portugal, defendeu ainda o Presidente da República, "teria implicações noutros países e é justo dizer que, no mínimo, agravaria os riscos de o tratado nunca entrar em vigor".
Ele ainda irá referir-se a esta quebra de compromisso, um dia, elogiando-se a si mesmo. Dirá então que nos safou do risco do povo poder votar não.
Na minha humilde opinião, depois do não europeu em França, a opção por um referendo europeu passou a ser uma aventura perigosa em qualquer outro país. Toda a eurocracia aprendeu a lição francesa: o descontentamento com a conjuntura interna reflecte-se na construção do processo de integração europeia.
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