sábado, 9 de abril de 2011

O cheiro do poder - a hipersensibilidade aos problemas dos banqueiros


Pessoal da área de influência do centrão (centro político do espectro partidário, PS/PSD) subscreveu Um Compromisso Nacional, obviamente para nos ajudar a sair da crise e oferecer esperança no futuro. Propõem um entendimento entre o Presidente da República, o Governo e os partidos... e se possível que reservem os lugares para estas "personalidades".

Que não vai em compromissos, já o mostrou José Sócrates, que formalizou o pedido de ajuda externa para o qual Teixeira dos Santos (seu ministro das finanças) sempre nos foi dizendo que este Governo não tinha competências, legitimidade ou credibilidade.

José Sócrates adiantou-se assim ao Presidente da República, que estava a trabalhar na hipótese de um empréstimo intercalar, com este nome porque seria integrado noutro maior a negociar futuramente pelo Governo que resultasse das eleições. Esta alteração estratégica de Sócrates retirou protagonismo ao PR que ficou a saber do pedido de ajuda externa pela comunicação social. É esta a cooperação entre os órgãos de soberania.

O que fez Sócrates considerar inadiável o pedido de ajuda externa foi a sua sensibilidade aos problemas dos banqueiros. Foi o presidente do BES, Ricardo Salgado, que lhe disse, o que os outros banqueiros logo confirmaram: O pedido de ajuda externa é urgentíssimo.

Serão os problemas dos banqueiros coincidentes com os problemas do país?

SIM, respondeu Sócrates e toda a classe política pensando no seu emprego.

NÃO, respondo eu como consumidor, designadamente utilizador de produtos bancários.

Eu não preciso de ser cliente de um banco português, preciso de um banco que não me cobre taxas pelo simples facto de ser seu cliente!

Se o vestuário, os alimentos, os automóveis, a energia não são portugueses, porquê insistir com os bancos?

Há uma estranha unanimidade em torno da austeridade para nos colocar na miséria enquanto os bancos irão ser alvo ainda de maior ajuda, tendo em vista a sua "capitalização"... E o que nos dirão depois quando um banco alemão comprar o BCP, um banco francês comprar a CGD, o Totta já é espanhol...

Vão matar Portugal para engordar a banca! E depois alguns megabancos globais poderão comprar os porquinhos.

  • Nesta campanha promocional como não há memória [austeridade/interesse nacional/FMI], em horário nobre televisivo durante toda a semana, dizem que não há mais lugar a dúvidas e que o tratamento de choque de um FMI a todo o vapor passa definitivamente a ser lei. A mensagem dos banqueiros era a de que perderam a paciência, mas a verdade é a de que perderam a vergonha. - José Manuel Pureza


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Retrato com 60+ anos