A Milú conseguiu unir os professores em célebres manifestações de 100.000/200.000 contra a avaliação. Não faço ideia de quantos, porque na altura eu até entendia que devia ser instituído um regime de avaliação sério, e encontrava-me na minha fase de anjinho, acreditando que o que vinha premiaria mais o mérito que a mera seriação por idade.
Entretanto as exigências financeiras obrigaram ainda o próprio José Sócrates a decretar o congelamento das progressões e promoções, acabando de vez com a propaganda da avaliação.
Com Passos Coelho e a música da Troika os professores têm aceite Nuno Crato, pelo currículo de aparente sabichão, porque estão habituados a esperar que um bom professor de Matemática tenha “cabecinha” para muito mais, e como era crítico do “eduquês” e professor até foi recebido algum carinho.
Com a música da Troika tornou-se "natural" a tese que há uma linha que separa os efectivos dos contratados, e portanto não voltar a contratar estes nem seria despedi-los.
Na passada 6ª-feira os Directores tiveram que enviar para o ministério a lista com os DACL – Docentes com Ausência de Componente Lectiva – e feitas as contas a nível nacional descobriu-se que além dos contratados, também 1 em cada 3 efectivos ficarão sem horário. Umas escolas foram encerradas na voracidade dos mega-agrupamentos, outras encontram-se de luto porque perderam muitos quadros.
De um dia para o outro os professores aperceberam-se que as célebres "gorduras do Estado" são a classe docente. Afinal em vez de implodir o Ministério, o ministro arrasa todos os professores, perseguindo objectivos meramente financeiros. Elevando o défice orçamental a objectivo único, a Escola Pública pode muito bem ser quase encerrada, isto é, reduzida ao mínimo, a funcionar com uns quantos professores proletarizados, pagos ao preço da uva mijona.
Os sindicados – quer a FENPROF, quer a FNE – têm andado a dormir, e entretanto foram ultrapassados pelos professores que se organizaram espontaneamente pelo Facebook.
Perante a onda que cresce nas redes sociais o Ministro já veio dizer que há emprego para todos, num plano de combate ao insucesso escolar. Só cairá nesta palermice quem quiser, porque é impossível prolongar a permanência dos alunos na Escola só para os professores terem horário!
Por exemplo, esta palermice é contraditória com outra: "90% dos estudantes que tiram negativa, atiram o barro à parede". Em Sociologia chamamos a isto representações, que os actores invocam parra defenderem as ideias que lhes convém.
Se os dirigentes sindicais pudessem ser despedidos, sem possibilidade de regressar às escolas nos próximos 5 anos (período de nojo) poupavam-se uns euros.
Só há uma solução: VIGÍLIA PELA EDUCAÇÃO! Hoje!
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