quarta-feira, 2 de março de 2011

O trabalho de casa do Pato Donald


  • (...) primeiros dados da execução orçamental referentes a Fevereiro, mês em que, pela primeira vez em quinze anos, a despesa pública primária (sem juros) terá descido, 3,6%.

    Estes números serão esta tarde levados em primeira mão por José Sócrates a Ângela Merkel para demonstrar à chanceler alemã que Portugal está a fazer o “trabalho de casa”.
    Negócios, 02/MAR/2011

Reduzindo os vencimentos dos funcionários que trabalham no Estado e aumentando os impostos a pagar por todos é fácil reduzir o défice, mas o trabalho de casa não foi feito, foi aldrabado.

Dicas para o trabalho de casa:

- colocar a percentagem de generais e almeirantes em linha com países de dimensão semelhante. O último número do EXPRESSO revela que somos o país do Mundo com mais comandantes por soldado, a gastarem dinheiro em "brinquedos" caros (aviões, submarinos,...);

- controlar o endividamento das autarquias (ver Alandroal);

- eliminar os institutos e fundações públicas inúteis (servem para empregar a clientela);

- rever as remunerações dos gestores públicos, absolutamente escandalosas;

- rever as parcerias público-privadas, pois estas são a prazo desastrosas para o Estado, quer nas estradas, nos hospitais ou nas escolas;

- enterrar de vez a discussão sobre investimentos megalómanos, como o TGV ou um novo Aeroporto.

Não vou continuar a lista porque só estes items já constituíram um trabalho de casa EXCELENTE.

Resultado do encontro: Ângela Merkel elogiou os «corajosos» esforços portugueses, no que toca a medidas de austeridade e lembrou que «nunca disse que Portugal precisava de recorrer ao Fundo» Europeu, (Agência Financeira, 02/MAR/2011) Assim ficou Sócrates com a taça de ter "salvo" o país do FMI... mas já estamos a pagar a sua política, com a ameaça de esta prosseguir numa dosagem ainda mais forte, a confirmarem-se as previsões da Agência Financeira, pois:


  • Mas, em troca da cedência, a Alemanha deverá impor condições: mais austeridade e mais reformas estruturais, as mesmas que constam do seu Pacote para a Competitividade. E José Sócrates já percebeu que «não há almoços grátis» e já começou a preparar a opinião pública para a inevitabilidade de serem precisas mais medidas.

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